Como todos nós sabemos existe uma tendência humana tradicional de dividir as coisas em duas categorias opostas, que se chama dualismo. Geralmente nos vemos como separados do mundo. Consideramos as situações que se desenrolam como separadas de nós e o mundo se torna um objeto de nossas próprias afeições, angústias, aversões, julgamentos etc.
Segundo Advaita Vedanta, não há dualidade. Não há separação entre nós e a Suprema Consciência (Brahman) porque nossa verdadeira natureza é essencialmente divina. Em outras palavras, a alma humana está interconectada e idêntica a Brahman. Assim, tudo o que precisamos fazer é libertar nossa mente de todo mal-entendido e noções erradas sobre nós mesmos. Este é um processo de despertar espiritual no qual, aos poucos, liberamos as camadas de ilusão do ego e descobrimos nossa essência divina.
A meditação nos ensina sobre disciplina mental, trazendo equilíbrio interior, positividade emocional e paz. É desse estado de harmonia e silêncio que sua força mental e e força divina interior podem surgir. Gradualmente, traz felicidade física e emocional, como um sono profundo que nos faz acordar fresco, sentindo que nossa energia corporal e mental foi restaurada e revitalizada.
Seja parada ou em movimento, a meditação é uma prática que purifica e transforma a mente, invocando uma mudança em nossa consciência para um estado superior, onde se torna possível elevar-se acima da dualidade, transcendendo a ilusão de separação e experimentando a unidade com o divino.
No entanto, muitas vezes nos sentimos tão apegados a nossos pensamentos que até assustamos a ideia de silenciar a mente, quase como se de alguma forma perdêssemos nossa identidade ao fazê-lo. A realidade é completamente o oposto. Ao entrar em um estado meditativo, não perdemos a consciência, mas capacitamos nossa mente a alcançar um estado mais elevado de consciência.
É muito difícil acalmar a mente. Para muitos, é mais fácil meditar em movimento. Uma meditação em movimento, como a Sequência da Saudação ao Sol facilita essa conquista. Através dos movimentos, torna-se possível alcançar um estado de “vazio” e experimentar harmonia com as esferas celestes.
Em um estado meditativo, não há mais sentimentos de apego, afeto ou depressão. A experiência do movimento é tudo o que existe. É quando você magicamente sente que foi levado por uma harmonia rítmica e pode simplesmente descansar na sensação de ter seu corpo fluindo através dos movimentos, assim como nuvens se movendo no céu.
Uma vez que sua mente atinge um estado de “vazio”, seu ego não está mais no comando; é possível que você senta que seu corpo está sendo conduzido pelo fluxo dos movimentos, e não que é você quem realiza os movimentos. Quando você alcança esse nível de domínio, cada asana se torna um portal para se alinhar com a geometria divina, levando você a adquirir as características de ordem e divindade. Gradualmente, você se torna um instrumento do poder cósmico, o que significa que começará a manifestar a ordem divina na Terra.