Kundalini: a deusa adormecida

By Alice Avillar

De acordo com a medicina indiana antiga, o corpo humano possui 72.000 nadis que transportam energias de força vital (ou seja, prana) por todo o corpo. Se pudéssemos ver um corpo humano no nível prânico, veríamos um corpo leve com milhares de fios muito finos conduzindo energia. Entre eles, existem três principais Nadis: Ida (Nadi da esquerda), Pingala (Nadi da direita) e Sushumna (Nadi central).

Quando Ida e Pingala estão equilibrados e purificados, o prana pode fluir através do Sushumna, que é o caminho para a energia da kundalini subir a coluna vertebral da base da coluna até o chakra da coroa.

A Kundalini é uma força vital adormecida que repousa na base da coluna vertebral, no mooladhara chakra. Essa energia vital é representada por uma serpente enrolada em torno do chakra da base e é freqüentemente chamada de “deusa adormecida”. Quando Ida e Pingala são purificados o suficiente, essa bola ardente de energia desperta, que ativa as funções cerebrais mais elevadas e leva a um estado de expansão de consciência.

Segundo a filosofia do Yoga, a base da existência depende de duas forças: Shiva e Shakti. Shiva se refere à consciência divina e Shakti se refere ao prana ou energia da vida. Na verdade, não são duas forças separadas, mas uma só. Shakti (energia prânica) é a força criativa de Shiva (consciência divina). O objetivo do Hatha Yoga é realizar Shiva ou seja, despertar o conhecimento divino dentro de nós, o que só pode acontecer através de Shakti ou prana.

A Hatha Yoga usa o prana como um meio de alcançar estados mais elevados de consciência e realizar o Eu divino. Isso nos dá uma maneira de redirecionar a força vital (prana) dos centros inferiores para os superiores. As práticas do Hatha Yoga, que consistem em asanas (posturas físicas), pranayamas (exercícios respiratórios), mudras, bandhas (os “bloqueios do corpo”) e shatkarmas (práticas de limpeza), equilibram as energias do corpo, para curar e transformar o corpo e a mente.